O PMDB de Mossoró
tem pretensão de apresentar postulantes à Assembleia Legislativa e à Câmara
Federal nas eleições do próximo ano. Pelo menos é o que pensa o vice-prefeito
Wellington Filho, que está na titularidade do cargo até amanhã, quando do
retorno da prefeita Cláudia Regina (DEM) a Mossoró. Segundo Wellington, nomes
serão discutidos no momento oportuno e que agora não é o momento de se discutir
2014. “Não é hora. A população concorda com isso, de que tenhamos que priorizar
a administração. Vamos tratar de parcerias administrativas que foram feitas em
2010 para até o final de 2014”, disse, mantendo o posicionamento do presidente
estadual da legenda, deputado federal Henrique Eduardo Alves. No plano
municipal, Wellington Filho faz um balanço dos seis meses de administração e
aponta que a área da mobilidade urbana é um dos gargalos que a atual gestão
municipal deve encarar. Ele discorre sobre o relacionamento envolvendo
Executivo e Legislativo, reconhece que existem rusgas, mas considera que é fato
normal. Leia abaixo:
JORNAL DE FATO – O
PMDB de Mossoró tem projeção de espaço para as eleições de 2014?
WELLINGTON FILHO –
O PMDB de Mossoró tem interesse de participar mais ativamente das eleições de
2014 do que de 2010. A gente já conversou sobre isso, de que tenhamos
candidatos do PMDB, local, sem gente poder dizer quem são esses candidatos, e
sim de alguém que se habilite a sair candidato, seja a deputado estadual e
deputado federal. É uma idéia, mas não estamos tratando de eleições. Até porque
o diretório estadual do PMDB ainda não está tratando da eleição em si, mas a
gente tem interesse e acha que o partido pode ter espaço na Assembleia
Legislativa. Achamos que existem condições e temos envergadura suficiente para
isso. Nossas intenções, pretensões e sonhos são de que o PMDB de Mossoró cresça
ainda mais e de ampliar mandatos na esfera estadual.
QUANDO é que se
discutirá essa questão?
VAMOS esperar um
pouco mais. Primeiro, a gente vai organizar o diretório. A presidente Izabel
Montenegro já está cuidando disso, pois ainda é uma comissão provisória, para
as eleições ocorrerem e o partido se organizar internamente. Com relação à
definição de candidatos, chapas e apoios, só podemos fazer com a sinalização do
diretório estadual. Temos que saber os rumos que serão tomados pelo diretório
estadual, com relação a apoios, à candidatura própria ou à continuação da
parceria com o DEM estadual. Esperamos por essa sinalização.
O PMDB é um
partido de projeção, mas por que em Mossoró ainda existe a comissão provisória?
É ALGO que não
consigo entender. Venho trabalhando nos bastidores do PMDB e tentando ajudar
desde 2007. Mas, não entendo os motivos pelos quais continua sendo comissão
provisória. Acho que não houve ainda uma forma de mudança... Pode até ser uma
forma de confiança da direção estadual, que é quem nomeia a direção municipal,
de pensar que queira as mesmas pessoas, até que sinta harmonização suficiente
para se ter eleição. Mas, sinceramente, não sei dizer por que continua dessa
forma. Só sei que sou um dos que querem que haja a mudança e o amadurecimento,
pois considero que seja amadurecimento quando sai de comissão provisória para
diretório.
O PMDB estadual
tem se esquivado a comentar sobre 2014, sobre apoios ou não à governadora
Rosalba Ciarlini, que pavimenta sua candidatura à reeleição...
ACHO que o PMDB
tem total razão em não falar de eleição neste ano. Vou tratar da forma como o
PMDB tem tratado, até porque acho que atrapalha a administração. Estamos em
julho de 2013 e temos até junho de 2014 para tratar, discutir e definir. Acho
que se você colocar a política partidária ou as intenções pessoais em uma
eleição futura, à frente da administração, isso atrapalha. Até discordo de
você, que seja se esquivando de falar sobre isso. Não é hora. A população
concorda com isso, de que tenhamos que priorizar a administração. Vamos tratar
de parcerias administrativas que foram feitas em 2010 para até o final de 2014.
Para a parceria 2015 em diante, podemos tratar no próximo ano. Mas existe o
interesse. Mas, precipitado é antecipar essa discussão. Não tem por que
discutir isso agora. Se temos uma parceria firmada em 2010, vamos cumpri-la.
Nada anormal que sigamos em diante, com a confiança da governadora Rosalba.
Óbvio que existem as discordâncias dentro dessa parceria, mas discutir isso
agora é atrapalhar a administração.
O SENHOR assumiu a
titularidade do cargo e continua até segunda-feira. Como está sendo a
experiência?
BOA. A gente tem
acompanhado as obras, os andamentos dos serviços. Temos conversado com
secretários, equipe econômica, para que tudo caminhe dentro da normalidade. Meu
interesse, ao assumir a Prefeitura, ao contrário do que muitas pessoas podem
imaginar, não foi o de fazer algo extraordinário ou fora da normalidade. Pelo
contrário: é manter a normalidade. Se a gente trabalha com planejamento, fala
em metas e tem uma equipe coordenada, não há porque em um afastamento da prefeita
se falar em ação extraordinária ou fora do normal e pessoal do vice-prefeito.
Caso isso acontecesse, seria fraqueza ou falta de organização e de coordenação.
Mas o meu principal interesse, ao assumir a Prefeitura e de vice-prefeito, é o
de trabalhar pelo bem da população. É natural, e quero que seja tratado como
natural quando voltar para a Vice-Prefeitura, que eu possa trabalhar da mesma
forma, falar com os secretários da mesma forma, ouvir a opinião deles, sugerir
e conseguir que as ações sejam implementadas, seja como vice-prefeito ou quando
temporariamente a gente precisar assumir a cadeira. Encara dessa forma. Se a
gente conseguir devolver a administração à prefeita dentro da normalidade, e se
possível até melhor, pois o intuito da administração é sempre melhorar, vou
estar cumprindo meu papel. Considero como dever cumprido se não tiver nada de
extraordinário nessa caminhada.
O SENHOR tem
acompanhado as ações que são desenvolvidas de janeiro para cá. Qual o balanço
que se faz do primeiro semestre?
POSITIVO. A gente
traça metas e as metas traçadas pela equipe, conseguimos cumprir mais de 80%.
Temos notado avanço na prestação de serviços na saúde. A educação tem
melhorado. Temos notícias boas da secretária, professora Ieda. As escolas
abrindo em fim de semana, pois temos sete que abrem em fim de semana; escolas
em tempo integral que aumentam o número de alunos. As obras caminham bem. São
obras pequenas, mas que precisavam ser feitas, como o pontilhão do Redenção, e
beneficia toda a parte de mobilidade do conjunto quanto à questão sanitária, já
que existia lama e prejuízo à população. Um balanço positivo em todas as áreas
do governo.
JÁ QUE o senhor
falou na questão da mobilidade, que é um assunto em evidência, no Centro da
cidade faltam espaços para carros e o pedestre fica totalmente esquecido...
CONCORDO com você.
A gente tem trabalhado nesse sentido. Falar no sentimento de evolução da
mobilidade urbana não é nem de alargar as ruas para que os carros de passeio
possam trafegar... Vamos priorizar a questão do transporte público, pois é algo
que vem sendo discutido em todo o Brasil. Tivemos ações e chamamos as empresas
de ônibus e as advertimos do papel que elas têm que desenvolver à população. A
idéia do Governo Federal também é essa. O Ministério das Cidades hoje faz
liberação de recursos e aprovação de projetos muito mais aos que se voltem à
mobilidade urbana de pedestres, ciclistas e transportes urbanos de grande
quantidade. Está sendo feito planejamento nesta direção. Consideramos o Centro
de Mossoró com situação difícil e estamos trabalhando para que não se instale o
caos. O Governo Federal facilitou a compra de carros de passeio e houve aumento
em todo o Brasil, mas não foi pensado, pelos governos, onde os carros iriam
trafegar. Temos projetos e conversei com o secretário Alexandre Lopes
justamente sobre isso, de como fazermos para regularizar a situação das linhas
de ônibus... Voltar para que os ônibus sejam atrativos e trabalhar para que as
licitações sejam frutíferas, não sejam desertas... Privilegiar ciclovias e
espaços para pedestres, mas para isso a gente precisa conversar com a
população. Não é fácil, pois as nossas calçadas foram ocupadas por camelôs e
comerciantes informais. Não se pode passar e levar todo mundo, pois são
famílias. Então, tudo isso tem que ser discutido com a população e buscar uma
solução. Mas concordo que é um gargalo, o qual a gente vai ter que
ultrapassá-lo.
A PARCERIA com o
servidor público tem se mantido?
NESTA semana, a
gente deu que isso é uma realidade. Lançamos um programa de capacitação para
todos os profissionais da saúde, no qual uma equipe irá às Unidades Básicas de
Saúde, não os tira do ambiente de trabalho, para instruí-los, acompanhar a
prática e fazer o treinamento. A parceria é um respeito ao servidor, uma
valorização. É algo bem simples: valorizando o servidor e este realizando um
bom serviço, quem ganha é a população, que usufrui dos serviços. É nesse
sentido que a Prefeitura trabalha, com diálogo. Temos conversado bastante com
servidores e sindicato. A gente vê sempre a presença de secretários com
servidores, conversando, bem como a própria prefeita.
COMO o senhor
analisa o relacionamento do Palácio da Resistência com a bancada na Câmara
Municipal?
EXISTEM muitas
reivindicações e conversas da bancada para com a prefeita, bem como da prefeita
com a bancada. Esse diálogo faz parte. Temos parceria positiva com o
Legislativo e mantemos um relacionamento respeitoso. Conversei nesta semana com
alguns vereadores, e cada um tem suas necessidades e demandas. A gente entende
que quando eles nos procuram é pelo bem da população, pois não são pedidos
pessoais. Vejo com naturalidade essas reivindicações, bem como algumas rusgas –
e aqui estou sendo bem sincero – ou algum estremecimento, mas isso é natural.
Fonte: Jornal de Fato
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