PMDB e DEM vivem situações conflitantes, nas quais o
primeiro anunciou rompimento político com o governo da democrata Rosalba
Ciarlini e, ao mesmo tempo, pavimenta aliança à formação da chapa proporcional
para as eleições do próximo ano. Se está de difícil compreensão, a tendência é
piorar. Depois que o presidente nacional do DEM, senador potiguar José Agripino
Maia, afirmou que a sua legenda continua dialogando com os peemedebistas e ter
afirmado que cuidaria do DEM e Rosalba, do Governo, deixou claro que ele também
está distante da governadora. Algo que remete a um isolamento político e de
quem estaria provocando a saída de Rosalba do Democratas.
É o que se compreende pelas últimas movimentações da
política potiguar. Do eixo político que envolve DEM, PMDB, PR, PMN e PP,
somente os três últimos ainda não se manifestaram. O PMDB rompeu e o
Democratas, ao que se evidencia, está deixando a governadora ilhada. Em outras
palavras, Rosalba não teria apoio nem do próprio partido.
Acuada pelo PMDB e pelo próprio partido, a governadora vê
seu projeto de reeleição se tornar distante. A dúvida paira sobre o direito de
tentar renovar seu mandato. Como se sabe, o DEM é comandado por José Agripino,
que se distanciou de Rosalba Ciarlini e estaria trabalhando para apoiar o nome
do PMDB ao Governo do Estado. Até porque, pela ótica proposta pelos
peemedebistas, a aliança proporcional começou a ser discutida agora e a chapa
majoritária está em gestação. Neste sentido, impossível imaginar uma discussão
de chapa para deputados estaduais e federais sem que se pense nos nomes ao
Governo do Estado e ao Senado Federal.
Com isso, a afirmação que ganha sustentação é a de que a
governadora vem sofrendo restrições internas, as quais começaram a ser
externadas a partir do rompimento do PMDB e pelas declarações de José Agripino.
Com relação ao PR, PP e PMN, especula-se que a tendência
desses partidos é seguir o caminho do PMDB. Contudo, houve freada na decisão do
PR, que cancelou encontro previsto para o dia 14 próximo para discutir como
ficará sua posição com relação ao Governo do Estado. A discussão ocorrerá em
outubro.
CAUSAS
José Agripino Maia não teria gostado da recusa da
governadora Rosalba Ciarlini, que não gravou mensagem para programa nacional
que o Democratas exibiu na televisão e no qual teceu críticas ao governo da
presidente Dilma Rousseff. Rosalba já havia afirmado antes da sua predileção em
votar e apoiar a reeleição de Dilma no Rio Grande do Norte.
Além disso, ao deixar Rosalba praticamente só, Agripino
evidenciou que estaria descontente com a governadora. Não se sabe dos motivos,
mas especula-se que ele queria poder de voz no governo. O mesmo se aplica ao
PMDB, que queria espaços generosos e que proporcionassem visibilidade política
à legenda. Contudo, a crise administrativa é o que se sobressai e tanto PMDB
quanto o DEM alegam que Rosalba não está sabendo conduzir o Estado.
Agripino reúne deputados e fala de aliança com o PMDB
Na última sexta-feira, 30, depois que retornou de Mossoró
– onde cumpriu agenda ao lado da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) –, o
presidente nacional do Democratas, senador José Agripino Maia, se reuniu com os
deputados estaduais e federais do partido para expor sua visão acerca do atual
momento político do Rio Grande do Norte, bem como da intenção de manter o DEM
aliado do PMDB. Agripino afirmou aos parlamentares que os peemedebistas romperam
com o governo Rosalba; não com o Democratas.
Agripino informou aos deputados José Adécio, Leonardo
Nogueira, Felipe Maia e Betinho Rosado que se reunirá nesta semana com os
líderes do PMDB em Brasília (DF). Do encontro, também participarão os
presidentes estaduais do PR, deputado federal João Maia; e do PV, senador Paulo
Davim.
A ideia de Agripino é trabalhar para que o Democratas
mantenha as vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Para tanto,
precisará convencer que tal projeto se volta exclusivamente à chapa
proporcional, até porque o DEM continua com o passe político da governadora
Rosalba Ciarlini – que tem direito à reeleição, mas enfrenta sérios problemas
administrativos. Um deles se volta ao pedido de impeachment que será
protocolado hoje pelo Sindicato dos Trabalhadores na Educação do RN (SINTE-RN)
na Assembleia Legislativa.
Com a situação política de Rosalba delicada, José
Agripino deixa entender que o DEM não teria como abandonar os deputados
(estaduais e federais) em prol da reeleição de Rosalba, cujo projeto se mostra
fraco em consequência da crise no governo.
Fonte: Jornal de Fato
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